30.11.06
O primeiro poeta que li na vida foi Fernando Pessoa, tinha 11 anos na época, me apaixonei por poesia imediatamente depois que li esse poema (poema este que mandei para um menino da minha classe pelo qual eu era paixonada e que sentava na minha frente, ele me devolveu o bilhete dizendo: O que é isso? Não entendi nada... - peguei o bilhete, rasguei e fui sentar do outro lado da sala até o final do ano)
Chove.
Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove.
O céu dorme.
Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove.
Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove.
Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
Chove.
Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove.
O céu dorme.
Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove.
Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove.
Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
Assinar Postagens [Atom]