2.9.06
Breve diário do desencanto
"Amor, deixa eu te contar, descarregar em você meus ciúmes, minha inveja, meu despeito. Vi as fotos do casamento dele na Caras. Deixa eu soletrar pra você entender: C-a-r-a-s! Nosso quase Che Guevara na Caras, de summer, casando com uma mulher aparentemente verde de tanto bronzeamento artificial. Ele está ali, minha filha, definitivo, i-n-e-s-c-a-p-á-v-e-l sorrindo, brindando, foto na piscina, foto do lado do bolo (cafonérrimo), foto do lado da limosine (sem comentários) que levou o feliz casal da igreja (é meu bem, i-g-r-e-j-a) pro salão, foto dos pombinhos abraçados na estrelete da novela da oito, foto do lado dos pais dela, fotos, fotos, fotos.
Em todas o mesmo cara alto, de cabelo curtinho, quele nariz, sorrindo com dentes de porcelana (como diz a Ticcia, tem um carro popular naquela boca), feliz, feliz. Eu queria acreditar que ele matou o menino que me amou e tomou seu lugar, mas minha querida, nunca houve “menino-que-me-amou” nenhum, ele sempre foi aquele homem sorridente das fotos.
Eu é que estava olhando o álbum errado."
Fal... Indefectível...
Em todas o mesmo cara alto, de cabelo curtinho, quele nariz, sorrindo com dentes de porcelana (como diz a Ticcia, tem um carro popular naquela boca), feliz, feliz. Eu queria acreditar que ele matou o menino que me amou e tomou seu lugar, mas minha querida, nunca houve “menino-que-me-amou” nenhum, ele sempre foi aquele homem sorridente das fotos.
Eu é que estava olhando o álbum errado."
Fal... Indefectível...
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