20.7.06


Sou uma Fada-Madrinha.
Por isso devo escolher um presente para Bia, em seu aniversário de seis anos.
Pensei muitas coisas:
- uma caixinha de música, para ela guardar as notas
- um vento que levanta saia
- peixes de água doce (+ um lago pra guardar)
- peixes de água salgada (+ um oceano para guardar)
- gaiola sem passarinho (+ todos os passarinhos no céu)
- quintal com pé descalço
- pedras preciosas (disfarçadas de cacos de vidro)
- um broche de joaninha que voa sozinho
Pensei, pensei, mas nada parecia dar tamanho.
Foi então que eu achei uma foto antiga. E escolhi.
O presente que te dou, Bia, é um amor.
Amor é sempre artigo de luxo, mas como este (eu garanto) não tem igual.
É um amor, assim, resistente feito ele só, que não acaba nunca!
Já passou por brigas, ciúmes, (in)diferenças, rejeições.
Já provou leite do próprio peito,
Já esquentou rinossoro e hipoglós no meio das coxas, pés com meias e mãos com luvas entre os seios.
Já sobreviveu à UTI, vacinas, febre de 40 graus, amidalites, caxumba, noites insones e muita manha.
Já enfrentou fantasmas, escuro, a Cuca, o bicho-papão.
Já viu morte de perto.
Já renasceu muitas vezes.
Um amor que já chorou de medo, e pra você ver, meu docinho, este amor já até se separou e continua inseparável.
Estou falando de um amor king-size, que às vezes dorme amontoado na mesma cama.
E sonha os mesmos sonhos.
E todos os sonhos, Bia, é sempre você.
Para este amor que te dou, minha filha, fiz uma poesia.
É assim:
Era uma vez uma menina só, que cresceu depressa demais mas nunca deixou de ser menina.
E depois de muitos anos a menina só, veja só, ganhou um Anjo!
E nunca mais ela foi só.
Só menina.

Parabéns meu amor

.:Lu:.
(que só por hoje queria ser uma Fada-Madrinha)





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