5.7.06
“Então eu te disse que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra nem a pessoa exata.E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse.”
"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza"
"Feito febre, baixava às vezes nele aquela sensação de que nada daria jamais certo, que todos os esforços seriam sempre inúteis, e coisa nenhuma de alguma forma se modificaria. Mais que a sensação, densa certeza viscosa impedindo qualquer movimento em direção à luz. Além da certeza, premonição de um futuro onde não haveria o menor esboço de uma espécie qualquer não sabia se de esperança, fé, alegria, mas certamente qualquer coisa assim. Eram dias parados, aqueles"
CFA
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