17.7.04

Aí ela faz uma sopa, pra aquecer os pés e a alma e chora. Chora como um bebê, chora de raiva, de ódio de si mesma, ódio por mais uma vez ter apostado e acreditado, por ter dado outra chance, por ter reconhecido os sinais e não ter dado bola, raiva, muita raiva por ter se envolvido, por achar que tudo estava sob controle, por se achar uma mulher superior. Ela está ali na cama, sozinha, com seu prato de sopa vazio, o coração apertado, nariz escorrendo, os olhos inchados, a cabeça estourando, mas seus pés, pelo menos por agora, estão quentes...
 
 





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